sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

4 de Janeiro

A notícia, a dormência, as perguntas, o vazio, o medo, o silêncio, a loucura, os devaneios, a realidade, as duvidas, a família, o amor , o terror, a insanidade, o porto seguro, as lágrimas, o caminho, a planície, a saudade, a culpa, o amor, a tua imagem, a dor, a dor, a dor, o telefone, as condolências, os deveres, a insanidade, a culpa, a dor, a dormência, o silêncio, as minhas mãos cheias de tudo e do teu nada, a dor, a imensa dor, as lágrimas, o silêncio e ...

Mértola, arrebatada por um nada que nunca tinha sentido, as janelas da casa abertas como que a libertarem-se de ti, o teu carro, tu em todo o lado, e eu ali...

Mostraram-me coisas, disseram-me coisas, ao bom jeito de quem é destas terras, jeito frio e cheio de fé... assustador.

Depois entrei na capela onde tive que ver o avô bonito, em que precisei ver a avó bonita como ela queria ir e tu meu Pai. Naquela capela vi um caixão e morri contigo! Estou tão contigo Pai, deixa-me estar assim, só mais uns momentos, teus ou meus, deixa-me estar no teu colo, deixa.me abraçar.te.

Alguém entrou e sobre aquela espécie de altar puseram uma fotografia tua, a olhar para nós, para mim. Foi nessa altura que entendi o que me queriam dizer. Eras tu Pai, ali.

A dor.... a dor... abraça-me Pai porque és a pessoa mais maravilhosa da minha vida e eu não quero perder-te nunca.

A dor... o vazio... o velorio...

Nessa noite dormi no Hotel Museu, conheciam-te, o meu Pai!

Nês






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