quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Mais uma viagem




E agora aqui... Penso em ti,
com saudades,

Tentar parar
e deixar em cada imagem
esta dor que me consome.

Pai, é para ti!


sábado, 20 de fevereiro de 2016

O tanto que és!
O tanto que inundas o meu mundo!
O tanto que eu, na minha correria, deixei de sentir e viver...
A lua, e um arco íris, caminhos e chão, a noite e o céu. Caminhos de terra, outros caminhos, outras distancias, outros percursos e pensares, uma alma inconstante e demasiado enorme para caber em nós, e eu que não soube sentir-te. Tão cansada que estava da minha correria, e tu ali... e agora aqui, comigo!
Não sei sentir a dor que o mundo insiste que eu aceite, posso não querer? Posso chorar pelo abraço que não te dei? apenas isso, um abraço.
Afinal o meu mundo é feito de ti e das tuas presenças, as tuas magoas são tão minhas, os teus sentidos são tão meus. Serei apenas o que de de mim fiz crescer, assente naquela lua imensa que nos guiava, quando desligavas as luzes do carro e mesmo assim seguíamos o nosso caminho. Onde raio me perdi? Ou será que me perdi? Vou conseguir Pai? Vou!

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Pai,

Tenho aprendido contigo, agora que não estás aqui, tanto, tanto! Percebi que de nada me vale pedir que os meus filhos entendam, algo que apenas a idade e o tempo lhes irão ensinar. Como eu,,, o quanto me debato pelo tudo que não te disse, que não te perguntei, que não falámos. Continuas comigo sabias? Sempre comigo em tudo o que faço, tudo o que penso, tudo o que decido. Não tem sido fácil!

Para mim continuas aqui, ao meu lado, o mundo precisa de ti, não vive sem a tua enorme presença, e eu deixo-me estar aqui, a ver este arco iris, igual ao que vi naquela tarde, cheio de cor e de ti. Não sei aceitar a tua ausência, vou fingindo que a vida corre, vou fingindo que sigo os teus passos, e assim fingindo vou percebendo que estás comigo. Não há sinais, nem guias, não há nada.... eu fico assim à espera.

Não consigo entender a tua ausência, não consigo aceitar que não estás ali, como sempre, para mim!
A vida corre num apice, tomei consciência disso quando deixei de te encontrar, percebi que deveria parar de correr e simplesmente aproveitar a pequenina passagem que me é oferecida. Sabes Pai, muitas das minhas palavras saem para acreditar nelas... Tenho saudades tuas. Preciso tanto falar contigo, preciso tanto que olhes por mim, preciso tanto do teu apoio, da tua presença. Preciso de ti!
Tua Nês.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Hoje

Pai,
Hoje não consigo escrever. Estou doente e sem ânimo.
Ainda não acredito Pai. Ainda nem percebi.

Não sei onde estás, não sei se estás bem, não sei que fizeste tu nestes ultimos meses, não falámos Pai, que raio, não falámos.

Isto é culpa! e esta culpa doi muito.

Estou exausta!
Amo-te melhor Pai do mundo!
Nês

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Parabéns Camila

A tua benjamim faz hoje 5 aninhos,

Podias estar no outro lado do mundo, nunca perdias o aniversário de um netinho. Meu Deus as coisas que eu queria ter-te dito.

Venho abalada de casa da mamã. A Sandra está um caos, nem sei avaliar, nem sei pensar, não entendo, não sei o que fazer. As palavras da mamã estão a entupir-me o raciocinio, a Sandra não vai aguentar!

Preciso de ti Pai!

Preciso da tua vida, da tua forma inigualável de aceitar a vida e os seu contornos, preciso ao menos aceitar que tenho uma estrela, um guia, tu!

Parabéns avô babado! Tens uma netinha maravilhosa!

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Parar

É tão grande o peso Pai...

E tu, Pai maravilhoso, nunca o partilhaste. Como não partilhaste a humilhação, a impotência, a vergonha que te fizeram passar... pelo menos comigo. Sempre criaste aquela imagem de quem não se preocupa, mas preocupavas-te tanto. Porque é que não me mostraste tudo isto? Porque é que eu não quis ver?

Tens amigos maravilhosos... dos quais também nunca me falaste... tanto que não falámos!

O peso está agora em cima de mim, mas não te preocupes, sou forte, estou a fazer as coisas à minha maneira, muitas delas sei que não concordarias, mas é o melhor  que sei. O Paulo da CA tem sido, como sempre, um verdadeiro amigo. Os do Bes umas bestas. Os teus clientes do Alentejo sentem a tua falta, falam de ti com dor. Na serra o Sr, António, à sua maneira mostrou-me o quanto sentiu a tua partida. A Margarida M. só soube ontem, disse que estava em choque. O Costa esteve em Mértola, abatido, em Mértola estiveste rodeado de grandes amigos, mais não estiveram pois foi tudo demasiado rápido. O Tio Eduardo tem sido uma voz de alento e uma presença muito querida. Deixaste por onde passaste uma marca enorme, visível a quem por lá passa.

Tenho-me perdido em cada viagem que faço. Perdi-me em Tábua às 5 da manhã. Perdi-me na Serra, perdi-me no Alentejo. Não tenho a tu capacidade de me orientar e o GPS da Margarida (dei-lhe este nome, a tua carrinha) só me baralha.
Estamos em Fevereiro, não há autorizações e assim, não há dinheiro, e como ele me falta.

Hoje foi a habilitação de herdeiros, mais um acto formal que custou muito. Sabes que não estou a encarar muito bem a realidade, estou aqui a escrever para ti com a total convicção que irás ler, ouvir certas palavras custa-me e irrita-me.

A tua amiga Belinha Navarro é uma querida. A tua amiga Ana Rita Queiroz é uma surpresa, gostava de falar com ela, parece que te conhece de uma forma muito singular. A Clara Reis é uma incógnita, tenho uma vontade doida de lhe pedir amizade no Facebook, não para saber que tipo de relação tinham, apenas para a ouvir falar de ti, afinal foi a última pessoa com que falaste e falaste tanto!

A mana... sei tão bem o quanto te fazia sofrer... a mana está a recuperar, mas muito devagarinho. estou certa que me vai ajudar muito e juntas, com muitas cedências de parte a parte, com o obrigatorio crescimento emocional dela, vamos ter sucesso e homenagear uma obra que começaste e que não vou deixar acabar.

O processo e a polícia... por um lado adoraria que tudo começasse, por outro lado sei não tenho a serenidade necessária para fazer de tudo isto uma enorme lição para aquela cambada de prepotentes, falhados e frustrados, tal como tu acreditavas que iria ser, e eu também... mas não queria mais especular... por isso também sobre isto não falamos...

Olha só este desabafo...

Pus aquela imagem das margens do rio, porque senti que era onde tu conseguias parar, na margem bonita do rio, a apreciar o cheiro a terra molhada ao mesmo tempo que vias sereno a corrente que seguia o seu caminho, por vezes numa calmaria insonora, noutras num turbilhar de emoções, como eu... na minha correria, querer tratar de tudo, prever tudo, antecipar-me... estou exausta... quem me dera ter aprendido a parar um bocadinho, sentar-me nas margens do Guadiana e simplesmente ver a corrente levar a agua serena ou apressada...

Obrigada pela Lua que me acompanhou, como tu, ontem de madrugada!

Será que isto que hoje sinto é um bocadinho de Paz???

És o meu guia agora! Meu Pai!
Nês

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Os caminhos



Pai,

Os teus caminhos são meus agora, são os meus olhos e o meu sentir.
Perspectiva diferente, rumo igual.

Estou aqui...
Nês