segunda-feira, 4 de julho de 2016

6 meses, 6 dias, 6 horas, uma vida, um instante

Dizem que faz hoje 6 meses,

Nós sabemos que não, bem... que interessa isso, não é uma data que queira recordar, queria antes esquecer todos os dias 4 de janeiro, podia ser da minha vida inteira, não acredito que nenhum seja memorável. Tu não partiste meu Pai, não partiste assim, para mim, por enquanto não partiste, mas não estás aqui comigo e fazes-me falta. Olha tu ali, na minha sala, a encher a minha sala e a minha vida com a tua enorme presença, às vezes impunhas e gostavas disso. Não ias gostar deste 4 de Julho de 2016, ias estar triste pela mana, talvez em silêncio, talvez com alguma teoria que desencadeava uma atitude intempestiva e silenciosa e, sem que dissesses nada, mudavas o rumo, mudavas tudo. 6 meses meu Pai, meu herói. Ali sentado na minha sala, vias o canal que querias, jantavas à hora que querias, fazias o que querias mas... o teu amor por nós era e é incomensurável. Que saudades Pai! Triste quem nunca te entendeu, triste quem te conheceu e  não percebeu a tua partida, tão ridícula, tão desfasada do brilho que se te impunha. Alma indomada e inconformada, cheia de segredos, cheia de dons, cheia de amor. Pai, fazes-me tanta falta. Dizem que tudo terá um sentido, dizem... Eu sou a tua Nês e tu sabes e eu sei o que temos, o que somos, fico aqui, vejo e revejo e acordo amanhã, com a minha força e teimosia e determinação... As lágrimas já são só o descarregar ... anseio por elas... enquanto choro tenho o pleno privilegio do silêncio dos outros. Sem explicações. Tenho uma nova vida, sem ti, Pai... amo-te!

Sem comentários:

Enviar um comentário